segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A inter-relação entre gêneros e tipos textuais

Abertura:
. Texto "Cidadezinha qualquer" e "Quadrilha" de Carlos Drummond de Andrade
- Análise dos textos, observando como os tipos textuais se colocam a serviço dos gêneros textuais;
- realização das atividades propostas em grupo.

. Texto "Iracema" de José de Alencar e "A parasita azul" de Machado de Assis
- Análise dos textos, observando que os textos acima são representativos da linguagem desses autores e das Escolas Literárias - Romantismo e Realismo - identificando a preferência de cada autor e as respectivas escolas literárias, em termos de sequências tipológicas;
- realização das atividades propostas;

Abordagens unid.12:

. Gêneros textuais e sequências tipológicas:
- a organização dos gêneros textuais;
- as sequências tipológicas é que preenchem um gênero textual;
- a transposição de um gênero textual para outro;
- um gênero compõe-se de várias sequências tipológicas diferentes;

. A intertextualidade entre gêneros textuais:
- os gêneros textuais se adaptam a toda e qualquer situação sociocomunicativa;
- a intertextualidade dentro dos textos publicitários;
- a lista de gêneros é aberta, quase tão extensa quanto os objetivos que motivam a produção de textos.

Oficina:
Analisar o poema de Manuel Bandeira "Poema tirado de uma notícia de jornal", observando como um tema do cotidiano pode ter tratamento poético e compor um gênero literário. Escolher uma notícia dentre as distribuídas e transformá-la em um poema.

sábado, 22 de agosto de 2009

Tipos Textuais - Unid.11

Abertura:
Crônica "A cigarra, a formiga e a monotonia" - Danuza Leão
análise quanto ao gênero textual/intertextualidade/suporte (Jornal Folha de s.Paulo)

Abordagens Unid.11:

. Sequências tipológicas: descrição e narração;
. Sequências tipológicas: dissertação > a exposição e a argumentação;

. O tipo narrativo- apóia-se em fatos,personagens,tempo e espaço;há uma relação de anterioridade e posterioridade entre os fatos narrados e a ordem dos fatos é relevante para a sequência narrativa;

. O tipo descritivo- enumera aspectos físicos e psicológicos, em simultaneidade, por isso a ordem dos enunciados não altera a imagem que a descrição constrói.

. O tipo dissertativo- o tipo expositivo apenas expõe idéias e o tipo argumentativo objetiva convencer o interlocutor sobre a validade dessas idéias;

. Sequências tipológicas: os tipos injuntivo e preditivo;

Trabalho com os textos "O drama da geada" De Monteiro Lobato e trecho do conto "Marina, a inatingível";

Realização das atividades 1,2 e 3 (pags.99 a 104)
. Orientação para o Avançando na prática em sala de aula (pag.109)

sábado, 15 de agosto de 2009

Gêneros Textuais- formas concretas de participação social

Gêneros Textuais


Segundo Bakhtin, todos os textos que produzimos, orais ou escritos, apresentam um conjunto de características relativamente estáveis, tenhamos ou não consciência delas.

Gêneros são textos:
. apresentam elementos mais ou menos estáveis;
. diretamente ligados a situações sociais em que ocorrem interações pela linguagem;
. podem surgir ou desaparecer de acordo com novas necessidades sociais.


Quando estamos numa situação de interação verbal, a escolha do gênero não é completamente espontânea, pois leva em conta um conjunto de coerções dadas pela própria situação de comunicação: quem fala, sobre o que fala, com quem fala, com qual finalidade. Todos esses elementos condicionam as escolhas do locutor, que, tendo ou não consciência delas, acaba por fazer uso do gênero mais adequado aquela situação.

Por exemplo, se desejamos contar a alguém uma experiência pessoal que vivemos, podemos fazer uso de um relato pessoal; se um jornal pretende contar aos seus leitores os fatos mais importantes da política, faz uso da notícia; se um leitor está insatisfeito com a orientação de sua revista semanal, pode escrever ao editor da revista e reclamar, fazendo uso de uma carta de leitor; se desejamos fazer uma exposição oral a respeito de determinado conhecimento científico, fazemos uso do seminário ou da conferência; se desejamos transmitir a outrem nosso conhecimento sobre como preparar um prato culinário, fazemos uso da receita; e assim por diante.

Os relatos de experiências de profissionais de ensino que se propuseram a ensinar produção textual a partir do enfoque de gêneros têm demonstrado que essa abordagem não só amplia, diversifica e enriquece a capacidade dos alunos de produzir textos orais e escritos, mas também aprimora sua capacidade de recepção, isto é, de leitura/audição, compreensão e interpretação dos textos.

O ensino de produção de texto feito por essa perspectiva não despreza os tipos textuais tradicionalmente trabalhados em cursos de redação — a narração, a descrição e a dissertação.
Ao contrário, incorpora-os numa visão mais ampla, a da variedade de gêneros. Por exemplo: Quais são os gêneros narrativos? Em que gêneros a descrição — tratada aqui como recurso ou técnica — é utilizada? Qual a diferença entre dissertar e argumentar? Quais são os gêneros argumentativos?

Espiral

Até recentemente, o ensino de produção de texto (ou de redação) era feito por meio de um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, não exigissem aprendizagens específicas.

A fórmula tradicional de ensino de redação — ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras —, que consiste fundamentalmente em desenvolver a trilogia narração, descrição e dissertação, tem por base uma concepção “beletrista”, voltada essencialmente para duas finalidades: a formação de escritores literários (caso o aluno se aprimore nos dois tipos de texto iniciais) e a formação de cientistas (caso o aluno se destaque na terceira modalidade).

Além disso, essa concepção guarda em si uma visão equivocada de que narrar e descrever são ações mais “fáceis” do que dissertar, ou mais adequadas a certa faixa etária, razão pela qual a dissertação tem sido reservada às séries finais — tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio —, como se narrar e descrever fossem pré-requisitos para a produção de um bom texto dissertativo.

Contrariando essa visão linear — de que só se começa um assunto novo quando se esgotou o assunto anterior, ou de que o supostamente fácil deve preceder o difícil —, o ensino de produção de texto pela perspectiva dos gêneros compreende que o resultado é mais satisfatório quando se põe o aluno, desde cedo, em contato com uma verdadeira diversidade textual, ou seja, com os diferentes gêneros textuais que circulam socialmente, inclusive aqueles que expressam opinião.

Além disso, compreende também que a aprendizagem deva se dar em espiral, isto é, que os Gêneros devam ser periodicamente retomados, aprofundados e ampliados, de acordo com a série, com o grau de maturidade dos alunos, com suas habilidades lingüísticas e com a área temática de seu interesse.

Baseados nas teorias de aprendizagem de Vigotsky, os pesquisadores de Genebra entendem que a construção de uma progressão curricular deva levar em conta a necessidade de trabalhar em espiral, em todos os níveis escolares, gêneros dos diferentes grupos. Por exemplo, em determinada série os alunos vivenciam um seqüência didática com um dos gêneros do grupo narrar; em seguida passam a outra seqüência, trabalhando com um gênero do grupo expor; depois, passam a outra seqüência, trabalhando com um gênero do grupo descrever ações; e assim por diante. Em outra etapa, inicia-se novamente o percurso, porém explorando-se gêneros diferentes dos mesmos grupos, de acordo com o grau de dificuldade dos gêneros, com a faixa etária dos alunos e com as capacidades que se pretende desenvolver.

Grupo de Genebra

Brenard Schneuwly – ao lado de Joaquim Dolz,, entre outros – é um dos expoentes do grupo que, há quase duas décadas, vem desenvolvendo na Universidade de Genebra pesquisas sobre o ensino de língua a partir de gêneros. O pesquisador explica que nossas ações linguísticas cotidianas são sempre orientadas por um conjunto de fatores que atuam no contexto situacional: quem produz o texto, qual é o interlocutor, qual é a finalidade do texto e que gênero pode ser utilizado para que a comunicação atinja plenamente seu objetivo.

Assim, no plano da linguagem, o ensino dos diversos gêneros textuais que socialmente circulam entre nós, além de ampliar sobremaneira a competência lingüística e discursiva dos alunos, dá indicações sobre as inúmeras formas de participação social que eles, como cidadãos, podem ter fazendo uso da linguagem.

O gênero a serviço da construção do sujeito e da cidadania

Schneuwly faz uma pergunta curiosa: um escritor, hoje, escreveria um poema ou um romance (na forma como os compreendemos) se esses gêneros não existissem? Transpondo essa pergunta para situações mais comuns do dia-a-dia, como uma pessoa faria para produzir um comunicado escrito dirigido a outra pessoa, caso não houvesse a carta, o bilhete, o telegrama, o e-mail e outros gêneros já criados histórica e socialmente? Dessa forma, fazemos uso dos gêneros textuais que nos foram transmitidos sócio-historicamente, o que não quer dizer que não seja possível transformar esses gêneros, ou criar outros, de acordo com as novas necessidades de interação verbal que surgem.

No plano do ensino-aprendizagem de produção de texto, equivale a dizer que o conhecimento e o domínio dos diferentes tipos de gêneros textuais, por parte do aluno, não apenas o preparam para eventuais práticas lingüísticas, mas também ampliam sua compreensão da realidade, apontando-lhe formas concretas de participação social como cidadão.
Por exemplo, ao aprender como são feitas cartas argumentativas de solicitação e de reclamação, o aluno não apenas se apropria de informações sobre o conteúdo e a estrutura desses gêneros, assim como sobre linguagem e suporte mais adequados a eles, mas também toma consciência de que os cidadãos têm o direito de reclamar seus direitos e solicitar providências das autoridades competentes.
O mesmo ocorre quando se aprende, por exemplo, a produzir gêneros como a carta do leitor, o editorial e textos argumentativos em geral, por meio dos quais o aluno toma consciência de que pode, como cidadão, manifestar seus pontos de vista, opinar e interferir nos acontecimentos do mundo concreto. Ou, ainda, no campo mais criativo e emotivo, no qual ele pode criar, com as palavras e com os gêneros, objetos de arte para diversão ou fruição estética, como o poema, o conto maravilhoso, a história em quadrinhos, a narrativa de viagens.

Agrupamento de Gêneros

Independentemente das opções didáticas da escola, os gêneros fazem parte de nossa realidade lingüística, cultural e social. Retirá-los de sua realidade concreta, transpô-los para o universo escolar e transformá-los em objetos de estudo exige observar o desenvolvimento global dos alunos em relação às suas capacidades de linguagem. Embora reconheçam os limites de qualquer tentativa de sistematizar o ensino de gêneros na escola, Bernard Schneuwly e Joaquim Dolz apresentam a seguinte proposta de agrupamento de gêneros, orientado por três critérios básicos: domínio social de comunicação, capacidades de linguagem envolvidas e tipologias textuais existentes.

Aspectos Tipológicos: NARRAR – RELATAR – ARGUMENTAR – EXPOR – DESCREVER AÇÕES

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Trabalhando com gêneros textuais - Unid. 10

Abertura:
Música "construção" - Chico Buarque (pag.71)
Canto da música por todos os cursistas
Realização da atividade 5 e 6 - Comparando a música "Construção" com o poema "O operário em construção" de Vinícius de Moraes.

Abordagens- Unid.10:

. Os textos literários, quanto os não-literários, são assim clasificados por um conjunto de fatores que não podem ser considerados isoladamente.
. Os textos considerados literários põem em relevo o plano da expressão, da sonoridade, do jogo de imagens.
. Os textos não-literários têm como finalidade maior a informação, por isso os aspectos estéticos da linguagem são considerados em segundo plano.
. A definição do que seja literário ou poético, pode variar segundo as escolas literárias.
- Uma subclassificação do gênero poético - o cordel

Oficina:
Transformar o poema "A Pesca" de Afonso Romano de Sant'ana numa prosa narrativa, descritiva, injuntiva ou dissertativa.

Estudo do "Ampliando nossas referências"
- realização das questões de estudo (em duplas).

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Os gêneros na formação de leitores e de escritores

Os gêneros na formação de leitores e de escritores



A idéia é falar de como ensinar leitura e escrita, utilizando as normas gramaticais e ortográficas, muito usada nas décadas passadas, mas, muito questionada hoje, numa idéia aditiva com o uso dos gêneros textuais, na formação de leitores e escritores. Em minha opinião, as duas maneiras juntas pode ser uma opção bem mais proveitosa.

O ensino da leitura e da escrita, na forma tradicionalmente falada, consistia inicialmente no ensino de conceitos e significados dos termos. Todo bom professor ensinava desta forma e usando métodos tradicionais ou não, as crianças aprendiam; como ponto inicial, depois que o aluno dominasse o alfabeto, sabendo diferenciar as consoantes e as vogais, o professor trabalhava as classes gramaticais (artigo, substantivo, pronome, adjetivo, verbo, advérbio, numeral, preposição, conjunção e interjeição), conceituando-as e explicando o que cada uma representa, no processo ensino- aprendizagem da leitura e da escrita em Língua Portuguesa. Em seguida, o professor introduzia o estudo da oração, iniciando por seus termos:Os essenciais (sujeito e predicado e predicativo), os integrantes(objeto direto, objeto indireto,complemento nominal e agente da passiva) e os acessórios ( adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto), em seguida acrescentava a parte ortográfica, relacionando palavras e suas diferentes formas de grafá-las, como as palavras que se escreve com X e ch, j e g, c e ss, h, z,s, c, ç, entre outras.

Estes conteúdos eram ensinados de forma isolada e mecânica, sem nenhuma relação com os gêneros textuais, que só seriam introduzidos quando o aluno já soubesse ler e escrever, ou seja, numa série mais adiantada; bem diferente do que os especialistas em educação defendem atualmente,que é , o estudo dos gêneros textuais,desde cedo, logo nas séries iniciais, por ser o início da socialização do indivíduo ou seja na alfabetização,( os gêneros, nada mais são do que os vários tipos de textos e a função social que cada um representa no estudo das ciências humanas), com a justificativa de que desde cedo estes gêneros fazem parte da nossa vida, de forma significativa, o que constatamos ser verdade; podemos perceber a veracidade desta necessidade, ao considerarmos as diversas formas de comunicação que somos submetidos em nosso cotidiano e a sociabilidade que estas informações nos assegura; como exemplos podemos citar: quando lemos um jornal, recebemos um panfleto na rua, lemos o cartaz no mural da escola, recebemos um convite pra uma festa, recebemos ume email, entre outras. Podemos classificar os gêneros textuais em dois tipos: Os gêneros primários; que são os aprendidos ao usarmos a língua diariamente nas conversas em famílias, no trabalho e nas mesas de bares; e os gêneros secundários, que são os aprendidos na escola, são as comunicações formais, são planejadas de forma detalhada, como uma aula, uma palestra ou uma entrevista. O professor antes de trabalhar os gêneros textuais deve conhecer os grupos que tem a ação de: narrar, expor, argumentar, instruir e relatar, além de suas respectivas capacidades de linguagem envolvidas na produção de textos, bem como os gêneros a que cada um está agrupado; é o que chamamos de agrupamentos de gêneros, que aqui explico de forma detalhada: 1-Narrar- ficção e criação: gêneros de cultura literária ficcional: contos, crônicas, lendas, romances, fábulas;

2-Expor- divulgação de um conhecimento resultante de uma pesquisa científica em todas as áreas: artigos de divulgação científica, seminários, textos explicativos de livros didáticos, conferências, verbetes de enciclopédia, textos didáticos para ensino de diversas áreas; 3-Argumentar- questões polêmicas discutidas em sociedade, com defesa do posicionamento de seu autor: Cartas de solicitação e de reclamação, debates políticos, artigos de opinião, editorial; 4-Instruir- informações de como deve ser o comportamento de pessoas que vão usar um equipamento ou um medicamento ou até mesmo realizar um procedimento: manuais de instrução de diferentes tipos, bulas de remédios, receitas culinárias, regras de jogo, regimento, regimentos e estatutos;

5-Relatar - necessidade de relatar um fato, ou seja, um acontecimento real, fazer um relatório: memórias literárias, diários íntimos, depoimentos, reportagens, biografias e relatos históricos. O que diferencia o grupo narrar do relata; é que o narrar pode ser real e ficcional, já o relatar, só pode ser acontecimentos reais. Os gêneros textuais como instrumentos de ensino na escola, oferece maior significação aos estudos, por aproximá-los mais da língua que usamos de forma natural, tanto nas comunicações informais como nas comunicações formais. Na organização do planejamento incluindo os gêneros secundários; os gêneros podem ser escolhidos pelos professores, conforme o interesse dos alunos e suas capacidades de leitura e de escrita, sendo distribuídos ao longo das séries do Ensino Fundamental.

Se o método de ensinar leitura considerando a gramática e a ortografia como um fim, é considerando inadequado e por este motivo é muito questionado, temos em nossa historia homens que aprenderam, fazem ou fizeram muito bem o uso escrita e da leitura, não podendo assim, considerá-lo totalmente ineficaz, eu pessoalmente me considero um defensor do ensino da gramática e da ortografia antes, da introdução dos gêneros literários, por considerar muito complexo o ensino dos gêneros, principalmente antes da criança conhecer os primeiros passos da leitura e também pelo fato de se tornar um entrave na prática do professor, se o mesmo não souber unir estes métodos e trabalhar com os dois ao mesmo tempo, de forma a conduzir o processo a atingir o objetivo principal que é a aprendizagem da leitura e da escrita, o que pode dificultar muito o aprendizado, causando acúmulo de informações na mente da criança.

Mas, considerando a importância do estudo dos gêneros textuais na aprendizagem da leitura e da escrita, buscando o fazer pedagógico, o ensino da leitura e da escrita deve partir do lógico, do real, que os conteúdos sejam trabalhados conforme a realidade do aluno e das condições de trabalho do professor, bem como dos materiais didáticos que estão ao alcance do mesmo. Que as aulas sejam planejadas a partir de um projeto que busque despertar a curiosidade do aluno, que se ensine o aluno a produzir textos, sabendo como produzir, para que e para quem se escreve, considerando que seu texto será lido e compreendido por diversas pessoas e que o próprio aluno saiba ler e interpretar sua produção e que os textos produzidos não sirvam só para o aluno ser avaliado e sim, sirvam como forma de socialização e crescimento pessoal. Cabe ao professor lembrar ao aluno, que da sua produção textual deve ser retirada uma mensagem informativa, formativa ou mesmo de entretimento; para despertar o interesse do leitor. Devemos chamar atenção dos professores para que não ensinem apenas as características dos gêneros, pois os mesmos devem ter em mente que faz parte de seu dever formar leitores e escritores de verdade e que nossa relação com os textos escritos tem forma própria e possíveis propósitos de leitura.

Os diferentes gêneros textuais são definidos por suas características, pela soma do conteúdo, a função, pelo estilo do mesmo e a composição do que será lido, o que significa que em todo texto com função comunicativa, está presente um gênero textual. A presença do gênero em sala de aula é motivo pra comemoração, desde que a gramática e a ortografia não sejam esquecidas; e que os gêneros não sejam explorados apenas com suas características, pois, desta forma não se ensina a ler ou a escrever. Para um melhor entendimento de um gênero textual, vamos tomar como exemplo uma carta, mostrando suas partes: Cabeçalho, local, data (as características), que são importantes para o conhecimento do aluno, mas, também é importante se mostrar que se deve pensar em para quem escrever, o que se pretende escrever, a mensagem que se quer passar e quem vai ler esta carta. Aqui consiste a diferença entre ensinar os gêneros introduzindo-os na prática de leitura e escrita e ensiná-los de forma isolada, o ensino do gênero de forma isolada, é uma postura é equivocada que em breve vamos lembrar apenas como passado. O professor deve proporcionar meios para que os novos leitores e escritores entendam as estruturas e funções dos textos; este é o principal motivo que se contrapõe ao aluno escrever só para ser avaliado.

Ao redigir uma notícia ou escrever frases para um cartaz, sabemos que estamos passando informações para diversos tipos de leitores. Na escola, as cartas devem ser trocadas entre alunos de uma mesma turma ou de turmas distintas, um jornal pode ser criado e distribuído para que os alunos produzam e socializem as informações, ações que ajudam no desenvolvimento e n a interação dos mesmos e incentiva o gosto pela leitura e pela produção de textos; o mural, é uma boa alternativa para a divulgação de notícias e de acontecimentos sociais na escola;também pode ser criado um livro, de forma coletiva para publicar os textos, como forma de divulgar as produções textuais dos alunos.Os gêneros são considerados condição didática para se trabalhar os comportamentos dos leitores e dos escritores. É claro que a gramática e a ortografia não deve ser descartadas; pois, como os gêneros, são meios para se ensinar a ler e a escrever de forma eficiente não com um fim, mas, como um meio, ou como um conhecimento complementar, necessário para complementar o outro. A apresentação de um suporte real para cada tipo de texto é de suma importância; se você se propõe a trabalhar reportagens, jornais e revistas são instrumentos indispensáveis na sala de aula, portanto, não se pode cometer o erro de se trabalhar apenas com o livro de didático, por oferecer apenas uma idéia e seus conteúdos serem muito resumidos, pois, pode limitar o desenvolvimento do aluno, deixando de criar novas possibilidades de aprendizagem.

As crianças devem ser exercitadas no sentido de aprender a ouvir, a ler e a escrever, para se tornarem bons ouvintes, bons leitores e bons escritores. Trabalhar a gramática e a ortografia de forma contextualizada no ensino da leitura e da escrita, é uma tarefa que exige muito do professor, além de precisar ter objetivos bem definidos, o professor deve ter um projeto muito bem consistente para que seus objetivos não se percam no caminho, não esquecendo que as duas maneiras de se trabalhar leitura e escrita aqui relatadas são importantes e que na minha opinião, uma complementa a outra, pois, se com a gramática e a ortografia ensinadas de forma isolada, o aluno aprendia, imagine esta idéia somada com os gêneros textuais, o sucesso na aprendizagem de leitura e escrita será certo. O professor deve ter o cuidado de ver os dois lados da questão, para evitar que leitores e escritores sejam formados sem conhecer as normas gramaticais e ortográficas, que são indispensáveis, na aplicação da Língua Portuguesa, evitando que mude seu verdadeiro sentido que é a comunicação, a leitura e a compreensão do contexto leitura e escrita.

Referências Bibliográficas:

Como trabalhar com os gêneros. Revista Nova Escola, São Paulo, Nº 224, Pág. 48 - 57, agosto 2009. Gêneros textuais na escola. Almanaque do Programa Escrevendo o Futuro na Ponta do lápis.
Francisco Costa
Pedagogo - Com especialização em Psicopedagogia. Um pensador que gosta de expressar suas idéias. Outros artigos publicados: Enfrentando o problema das drogas na Escola, Jornal mundo jovem, pág, 10 -abril/2006 - PUCRS.