terça-feira, 22 de setembro de 2009

A frase e sua organização - Tp2

Abertura:
Texto "Parceria" de Stela M. REzende - Leitura e realização das atividades

Abordagens unid.6:

. A frase
- a frase éuma unidade de sentido;
- o contexto cria a condição para que uma ou mais palavras se transformem em frase.
- as dimensões semântica, sintática e pragmática atuam simultaneamente para determinar o significado.

. O período e a oração
- a frase pode ou não ser organizada em torno de verbo.
- a frase nominal e a frase verbal
- o período simples e o composto

. As várias possibilidades de organizção da frase e do período
- só o contexto pode definir o melhor organização da frase e do período;
- oferecer aos alunos as mais diversas situações de uso da língua para que se apropiem dos mais diferentes tipos de organização de frases.

. Estudo do "Ampliando nossas referências" e realização das questões em grupo.

. Orientação para o "Avançando na prática" - pag.51

sábado, 19 de setembro de 2009

A cigarra, a formiga e a monotonia - Danuza Leão

Coisas faladas, escritas e vividas repetem-se, previsivelmente


As pessoas nascem cigarra ou formiga, e nunca vão mudar, até o último dia de vida. As cigarras são simpáticas, alegres, adoráveis, generosas, e que ninguém pense em dividir uma conta de bar quando estão numa mesa. Nem por hipótese uma cigarra vai deixar de pagar a despesa. É mais forte que elas.
Coisa boa é viajar em companhia de uma cigarra. Além de esbanjarem em compras e presentes - régios - para os amigos, as notas de cem dólares parecem que se multiplicam em suas mãos. Elas usam e abusam dos cartões de crédito, e com tal displicência que se tem - aliás, elas têm - a impressão de que a conta nunca vai chegar. Detalhe: se você tiver esquecido a carteira no hotel, a cigarra te empresta 300 dólares, e nunca vai se lembrar de cobrar. Mas quando precisar pedir algum dinheiro a você, que sejam 100 ou 10 mil, vai se esquecer de pagar. Faz parte do personagem.
Ser cigarra na vida não tem nada a ver com ser rico ou pobre; é um estado de espírito, uma atitude, e o prazer de gastar o dinheiro - que têm ou não - até o último centavo. Como são encantadoras as cigarras! Tudo para elas é fácil; dão um pré-datado sem pensar duas vezes - aliás, nem duas nem uma - e têm essa qualidade deliciosa, que é a ausência total de preocupação. Nunca falam de dinheiro, e são convictas de que ele sempre pinta.
Não existe nada mais agradável do que conviver com as cigarras. Elas são leves, bem-humoradas, alegres, otimistas e acham que no fim tudo dá certo. Quando você entrar numa sala e quiser saber quem é cigarra e quem é formiga, basta procurar quem tem o vinco entre as sobrancelhas.
Cigarras não franzem a testa jamais. Já as formigas passam a vida pensando no futuro; se vão ter um teto para morar quando ficarem velhas, de que vão viver, e por aí vai. O grande sonho de uma formiga é o da casa própria, e uma vez o teto comprado, e integralmente pago, começa a pensar no dos outros: o dos filhos, o dos netos, o dos amigos.
Uma formiga não joga nada fora, e nem comida ela deixa no prato - não pode, com tanta gente passando fome no mundo. Mesmo tendo dinheiro no banco, nunca têm nenhum no bolso - para não cair na tentação de tomar um sorvete ou uma água de coco sem sede, só pelo prazer - como se uma formiga pudesse correr esse risco.
No restaurante, na hora de escolher, as formigas olham sempre para os preços, sugerem dividir, já que nunca estão com fome - quando estão pagando - e nunca pedem o prato mais caro. As cigarras riem das formigas: que são avaras, seguras, que dinheiro para elas é mais importante do que os afetos, as amizades, o amor - o que nem sempre é verdade. São injustas, as cigarras. Mas como já dizia La Fontaine, um dia elas precisam de ajuda. Cantaram a vida inteira, o inverno chegou rigoroso, e só têm uma pessoa para quem apelar: a formiga. Aquela de quem falaram mal a vida inteira.
Quem não viu esse filme?
Moral da história: tudo que acontece é uma tal repetição de coisas faladas, escritas e vividas, que o mundo chega a ser monótono de tão previsível.

sábado, 12 de setembro de 2009

Memorial de leitor

MEMORIAL DE LEITOR

(...) “desde cedo, então as histórias e as canções de ninar são as primeiras palavras que ouvimos. As histórias, as rimas de berço vão encadeando sentidos e significados. Com elas conhecemos a nós mesmos e outros. Descobrimos quem somos e em que mundo de cultura estamos inseridos. Todos nós precisamos de histórias e canções para viver plenamente.” Bartolomeu de C. Queiroz


Venho de uma família numerosa, de doze irmãos. Minha mãe era costureira e meu pai comerciante em um pequeno município do Estado do Espírito Santo. Eles, apesar de terem freqüentado pouquíssimo a escola, tinham uma linguagem bastante correta.
A aquisição da linguagem escrita e dos saberes da escola sempre foram importantes para minha família e minha mãe mesmo com todos aqueles afazeres da casa e as encomendas de costura, tinha como razão primeira, a entrada de todos os seus filhos na escola.
Minhas irmãs mais velhas traziam da escola todas as novidades aprendidas e repartiam conosco, os mais novos. Como eu era a décima primeira, meu gosto pela leitura foi despertado muito cedo e de uma forma muito natural, por isso ao entrar na escola já estava lendo.
Recordo-me da minha primeira cartilha “Upa, Cavalinho” que foi “devorada” em poucos minutos por meus olhos curiosos para pouco depois se tornar desinteressante por que era muito repetitiva: upa , upa, cavalinho! Cavalinho upa!
Mas, só descobri o verdadeiro sabor da leitura quando ao passar alguns dias em casa de minha irmã mais velha, que já estava casada, deparei-me com uma coleção de mini livros de histórias infantis, dentre elas “ O Lobo Mau”, Chapeuzinho Vermelho”, “Os três Porquinhos” que me deixaram maravilhada. Li todos em uma semana.
A leitura se firmava como fator de minha ligação com um mundo novo, desconhecido. E lia, lia e lia muito. Meu pai, percebendo essa queda pela leitura, pedia-me muitas vezes para ler para ele trechos da Bíblia, o que eu fazia com prazer, embora na época não entendia o conteúdo bíblico.
No meu curso primário, como era então chamado, a leitura nem sempre era muito prazerosa. Os livros didáticos eram enfadonhos e maçantes e a leitura obrigatória não me agradava. No entanto, passei a ler algumas revistas muito divulgadas na época e que eram de minhas irmãs- as famosas fotonovelas - “Capricho”, “Contigo”.
No curso ginasial não tivemos muito incentivo para ler, me recordo do ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis cuja leitura foi para mim como um castigo porque além de ler para “fazer prova”, o assunto não me atraiu nem me agradou. No entanto, nessa mesma época, meu irmão, que estava fazendo uma faculdade, adquiriu uma coleção de romances de José de Alencar e a esses li com avidez porque gostei daquele estilo romântico, cheio de descrições lindíssimas com tanta riqueza de detalhes desse grande escritor brasileiro. Li “A viuvinha”, “A mão e a luva”, “Iaiá Garcia”, “ Cinco minutos” dentre outros.
Esse gosto acentuado pela literatura é que me fez escolher o curso de Letras quando desejei fazer uma faculdade, já casada, mãe de dois filhos e grávida de outro. Na faculdade li muito e leio até hoje. Para mim, a leitura é algo natural como qualquer outra coisa, porém muito prazerosa. Sei, no entanto, que meu processo de leitura ainda está começando... tenho AINDA um mundo inteiro de leituras pela frente!!!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A Gramática e seus vários sentidos - Tp2

Abertura:
Texto "Osarta" de Lígia Fagundes Teles e "A tinta de escrever" de Millôr Fernandes
Leitura/ Reflexões e realização das questões sobre os textos lidos.

Abordagens Unid.5:

. Concepções de gramática > a interna, a descritiva e a normativa
. A gramática interna e o ensino produtivo:
- a gramática interna está no texto oral ou escrito de todo falante;
- no ensino aprendizagem da lingua é fundamental a consideração dessa gramática que deve ser ampliada e aprimorada;

. A gramática descritiva e o ensino reflexivo:
- observar,analisar e tirar conclusões sobre os usos da língua;
- o ensino reflexivo deve apoiar-se na gramática internalizada dos alunos;

. A gramática normativa e o ensino prescritivo:
- é também descritiva, mas seu foco é exclusivamente o estudo das regras da norma culta.
- privilegia as realizações escritas, literárias e formais;
- considera a língua como bloco único desconsiderando o contexto, situação de interação;

. As dimensões semântica, sintática e pragmática do texto.
- o contexto é decisivo para a produção de significado.

. Orientação para o "Avançando na prática" pag.30

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Resenha Crítica, gênero textual da esfera jornalística

Resenha Crítica, gênero textual da esfera jornalística

Introdução
Consumir ou não os últimos lançamentos de livros, filmes, cds, e estréias de espetáculos musicais e teatrais, exposições artísticas, etc? Quem nunca esteve diante das dúvidas: que livro ler? A que filme assistir? Que cd escutar? A que peça de teatro assitir?... A sociedade contemporânea está imersa na oferta de uma inumerável quantidade de produtos culturais que estão aí para serem consumidos. Fazer escolhas baseadas nas leituras de opiniões de críticos respeitados da imprensa - as resenhas críticas - pode ser uma boa alternativa. Assim como saber emitir um ponto de vista sobre os objetos culturais contemporâneos e argumentar em seu favor podem auxiliar outros nas suas escolhas. Portanto, compreender e produzir uma resenha crítica são ferramentas importantes para participar do mundo cultural de hoje.

Objetivos
Ampliar a capacidade de argumentar por escrito; Ler resenhas críticas; Produzir resenhas críticas; Compreender a resenha crítica como gênero textual da esfera jornalística que tem como finalidade orientar o leitor de uma revista, jornal ou internet sobre o lançamento de um objeto cultural: um livro, um filme, um cd, um dvd, um espetáculo teatral ou musical, uma exposição de artes plásticas, etc; Compreender a resenha crítica como um gênero textual que apresenta informações, além de comentários e avaliações sobre o objeto resenhado.

Conteúdos específicos
Resenha crítica
Situação de produção
Organizadores textuais

Tempo estimado
2 meses para o ensino da resenha e um ano letivo para a publicação mensal das resenhas que vão sendo produzidas para os livros e filmes que a turma vai estudando nas diferentes disciplinas.

Anos
8º e 9º

Material necessário
Um acervo de:
- Resenhas críticas publicadas em jornais, revistas e na internet.
- Textos jornalísticos argumentativos: editoriais, artigos de opinião e cartas de leitor
- Sinopses de catálogos de editoras, da 4ª capa de livros, de capa de dvd e da programação dos cinemas da cidade publicada nos jornais.
- Livros
- Dvds

Desenvolvimento das atividades
1ª etapa O que é resenha? Questione a classe sobre o que sabem sobre esse gênero textual. Peça para trazerem de casa recortes de resenhas. Monte um painel com estes textos. Elabore com os alunos uma definição para resenha. Ilustre o painel com a definição. Comente que estudarão resenha crítica, que é um gênero textual argumentativo da esfera jornalística, como também o são o editorial, o artigo de opinião e a carta do leitor. Acrescente que o estudo terá um produto final: a publicação mensal no mural ou no jornal da escola das resenhas elaboradas pelos alunos para os livros lidos e filmes assistidos no mês, nas diferentes disciplinas. As resenhas vão sendo produzidas ao longo do ano e publicadas no mural ou jornal da escola. Cópias vão sendo guardadas para compor um álbum de resenhas que será doado para a biblioteca como material de pesquisa.

Modelos para Análise
Reúna modelos de resenhas críticas publicadas em jornais, revistas e na internet. Procure diversificar o acervo, com resenhas de cds, filmes, livros, shows, peças de teatro, exposições de arte. Escolha algumas para apresentar em retroprojetor. Se for possível, tire cópias para todos os alunos daquelas que serão lidas e analisadas para estudo das características textuais. Apresente uma resenha de cada vez. Faça a leitura com os alunos, ajudando-os a observar a parte que apresenta um resumo do objeto resenhado e a parte que tem uma opinião sobre ele.

Comparação 1 - Compare resenha crítica com outros textos argumentativos da esfera jornalística, editoriais, artigos de opinião e cartas de leitor. Mostre aos alunos que embora sejam textos argumentativos, como a resenha, as finalidades não são as mesmas. Peça que conversem sobre a função que cada um desses gêneros textuais tem.

Comparação 2 - Compare resenha crítica com sinopse da 4ª capa (parte de trás da capa de um livro), de catálogos de editoras, de capa de dvd. Analise com os alunos a linguagem do texto da 4ª capa e das demais sinopses. Esses textos são também argumentativos, uma vez que a intenção é convencer o leitor a ler ou a ver o filme, mas diferem da resenha porque seu conteúdo é sempre favorável à obra, uma vez que são produzidos com a intenção de divulgar o produto.

2ª etapa Analisar a Situação de Produção - Analise com a classe a situação de produção de cada resenha. Quem é o autor? O que ele é? Para que leitor ele escreveu a resenha? Qual é o tema ou o objeto cultural de sua resenha? Onde foi publicada? Em que data? Qual é o objetivo da resenha?

3ª etapa Identificar os elementos que compõem uma resenha - Na parte descritiva, se for um livro, são dadas as seguintes informações: nome do autor (ou autores); título completo da obra; nome da editora; lugar e data da publicação; número de volumes e páginas. No caso de uma obra estrangeira, é útil informar também a língua da versão original, o título na língua original e o nome do tradutor. Indague sobre quais são as informações da parte descritiva da resenha de um filme. Forneça algumas resenhas de filme para os alunos perceberem os elementos que constituem a parte descritiva deste tipo de resenha.
Depois, escolha duas resenhas. Proponha que os alunos preencham, para cada uma, um quadro dividido em duas partes: Trechos descritivos da obra / Trechos de comentários. Peça para observarem se há mais comentários positivos ou negativos sobre o objeto. E que palavras ou expressões foram usadas para expressar o comentário positivo e o comentário negativo. Analise o papel dos adjetivos, substantivos e advérbios para dar um peso mais negativo ou positivo ao comentário. Mostre que resenhas têm título atribuído a elas pelo resenhista, um título diferente do nome original da obra.

4ª etapa Analisar os organizadores textuais, como mecanismos que fazem a conexão entre as idéias, entre as frases e entre os parágrafos. Grande parte desses organizadores são conhecidos, na gramática normativa, como conectivos de coordenação e subordinação. Peça para a classe observar a função dos organizadores textuais: adição de idéias, contraste entre idéias ou argumentos contrários, explicação, introdução de argumentos, causas ou justificativas ou introdução de uma conclusão. Elabore com os alunos um quadro com duas colunas: lista dos organizadores textuais encontrados / função do organizador textual. Por exemplo: uma vez que / justificativa

5ª etapa Produção textual - 1ª produção de uma resenha crítica de um livro. Cada aluno escolhe um livro para ler em casa e, depois, resenhar na classe com data marcada. No dia combinado, quando todos tiverem concluído o rascunho, oriente a revisão em duplas. Os dois alunos analisam juntos uma resenha, identificando aspectos que precisam de alteração; depois a outra. Em seguida, cada um reescreve a sua, podendo contar com o parceiro, caso necessite. Depois de revisadas pelos alunos e pelo professor, as resenhas serão expostas no mural da classe ou no jornal da escola. Assim, durante o ano letivo, haverá outras ocasiões em que os alunos serão solicitados a resenhar livros ou dvds, cuja publicação deverá estar sempre garantida. Os objetos resenhados devem envolver livros e dvds utilizados como material didático nas diferentes disciplinas.

Produto final
Publicação mensal no mural ou no jornal da escola das resenhas elaboradas pelos alunos para os livros lidos e filmes assistidos no mês, nas diferentes disciplinas. As resenhas vão sendo produzidas ao longo do ano e publicadas no mural ou jornal da escola. Cópias vão sendo guardadas para compor um álbum de resenhas que será doado para a biblioteca para compor o acervo de material de pesquisa.

Avaliação
São várias as oportunidades de avaliar o aluno, de perceber seus avanços e dificuldades e de interferir neste processo, pois, a todo momento, o aluno estará se expondo oralmente e por escrito. Para a avaliação do(s) texto(s) produzido(s), combine critérios com a turma, desde as características do gênero textual, sua função e as condições de produção, até aspectos como pontuação, concordância, ortografia e acentuação. Para você e o próprio aluno acompanharem o processo de apropriação da escrita do gênero textual resenha crítica, oriente que cópias das produções sejam arquivadas numa pasta individual. E a cada nova produção seja feita uma comparação com a anterior.